Vaginismo
Você já ouviu falar do vaginismo? O quadro pode ser considerado um conceito, ainda, pouco conhecido e debatido pelas mulheres. Assim sendo, o transtorno é definido como uma espasmo involuntário do músculo vaginal, que pode interferir nas relações sexuas e na qualidade de vida de uma mulher.
Apesar de apresentar sintomas específicos, que deveriam facilitar o diagnóstico, a falta de pesquisas e estudos podem dificultar, até mesmo, o tratamento.
Ainda, vale ressaltar que o vaginismo pode ser confundido com a dispareunia (dor sentida ao se tentar a relação sexual que envolva penetração ou a dor sentida durante essas atividades). Dessa maneira, os ambos transtornos são considerados diferentes entre si.
Diferentes de outras doenças psicológicas, não há estudos que mostram o número de prevalência do vaginismo
Há estudos britânicos de Ogden e Ward que examinam os comportamentos e ajudam na busca de tratamento e profissionais especializados.
De acordo com esses estudos, nos EUA, apena s um terço das mulheres, que apresentam problemas sexuais, buscam um profissional da saúde.
Nesse artigo, será abordado temas como:
- O que é o vaginismo?
- Os sentimentos?
- As causas?
- O tratamento?
Confira!
O que é vaginismo?
O vaginismo é uma contração involuntária dos músculos ao redor da abertura vaginal. Tal espasmo causa dor, dificuldade e até impossibilidade de manter uma relação sexual. Estima-se que de 3% a 5% das mulheres sofram com tal enfermidade.
O vaginismo normalmente se desenvolve na primeira relação sexual, mas pode se desenvolver mais tarde quando algum fator torne a relação sexual dolorosa.
Sintomas
Os sintomas do vaginismo podem ser facilmente identificados. A dificuldade ou, até, a impossibilidade de penetração é o principal sintoma. Além desse, dores durante o contato íntimo, ardência ou contração na vagina e desconforto durante exames ginecológicos ou inserção de absorventes internos, são sintomas que podem ser observados em mulheres com vaginismo.
Os sintomas variam de mulher pra mulher, dependendo da causa. O diagnóstico é feito por um ginecologista.
Fatores biológicos
Os principais fatores biológicos que podem estar relacionados com o vaginismo, são:
Patologia orgânica
- anormalidades himenais e congênitas;
- infecções;
- traumas associados à cirurgias ou radioterapia genital;
- atrofia vaginal;
- endometriose;
- lesões e tumores vaginais;
- parto;
- irritações;
- espermicidas.
Apesar de não haver estudos que comprovam esses fatores, diversas pesquisam estão buscando estabelecer essa conexão.
Disfunção do assoalho pélvico
A disfunção muscular do assoalho pélvico pode ser considerado um fator para a predisposição ao vaginismo.
Afinal, o estudo não controlado de Barnes et al. (N = 5) diz que “as mulheres vaginísticas tinham dificuldade em avaliar o tônus muscular vaginal e, como resultado, experimentaram problemas na distinção entre estado relaxado e espasmo [72]”
No entanto, não se sabe , ainda, se essa disfunção é um fator predisponente ou um sintoma.
Causas do vaginismo
As causas do vaginismo podem ser das mais variadas, e podem ser fisiológicas ou psicológicas. Dessa forma, algumas causas incluem:
- Medo de engravidar.
- Relações sexuais dolorosas no passado.
- Medo da dor do contato físico.
- Ansiedade e estresse.
- Abuso sexual ou testemunho de abuso sexual.
- Hímen rígido.
- Trauma relacionado ao parto.
- Doenças como infecção urinária, endometriose, tumores pélvicos.
- Atrofia genital depois da menopausa.
- Septo vaginal.
- Hemorróidas.
- Carúnculas vaginais.
Tratamento
Como existem inúmeras causas para o vaginismo, é preciso identificá-la para iniciar o tratamento correto. Então, em qualquer um dos casos, é preciso um acompanhamento com um equipe médica.
Para as causas psicológicas, o psicoterapeuta, em conjunto com o ginecologista e o fisioterapeuta, irá trabalhar os traumas e auxiliar a mulher a superá-lo. Ademais, medicamentos para ansiedade podem ser recomendados, assim como hormônios para a atrofia.
Técnicas de dilatação vaginal também são muito utilizadas, assim como exercícios de Kegel e outras técnicas neste âmbito. Por fim, lembre-se sempre de ter o acompanhamento de um ginecologista.
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil.
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