Tricotilomania: mania de arrancar cabelos
O que é tricotilomania?
A tricotilomania é transtorno psicológico caracterizado pela mania de arrancar cabelos ou pelos. Tal ação é um impulso encontrado para controlar a ansiedade e o estresse.
A tricotilomania pode ser considerada um tipo de TOC. Isso se deve porque, em alguns casos, a ação de arrancar é consciente e segue um ritual. A pessoa seleciona os fios de cabelo que irá arrancar, com características pré determinadas, e começa a arrancá-los para se acalmar. Ainda, é comum ver que, depois de arrancar, a pessoa passe o fio na boca e enrole no dedo, como forma de perpetuar o alívio.
Estima-se que 1% a 2% da população mundial sofra com o transtorno, e que ele comece um pouco antes, durante ou logo após a puberdade. A tricotilomania é mais comum em mulheres, e médicos apontam que cerca de 40% das pessoas com o transtorno acabam adquirindo o hábito de comer os fios de cabelo e pelo (tricofagia).
Sintomas
O principal sintoma da tricotilomania é o impulso de arrancar pelos e fios de cabelos. Além desse sintoma, a tricotilomania possui outros sinais e sintomas característicos. Portanto, são eles:
- Falhas capilares pelo corpo, com variação de tamanho e com tendência de aparecer em só um lado;
- Sentir prazer, alívio e calma depois de arrancar um fio ou pelo;
- Comportamentos repetitivos, como enrolar, morder e engolir os fios de cabelo;
- Ficar ter tenso quando se controla para não puxar os fios de cabelo;
- Apresentar outros hábitos automutilantes, como roer as unhas, morder os lábios e cutucar a pele;
- Ter lesões na pele ou infecções por conta dos fios arrancados.
Ademais, quando o transtorno for mais grave, a pessoa pode arrancar fios de cabelo de outras pessoas, pelos de animais ou de brinquedos.
Causas da tricotilomania
As causas da tricotilomania ainda são desconhecidas pela sociedade médica. No entanto, algumas pesquisas apontam que fatores genéticos, neurobiológicos, ambientais e comportamentais podem estar envolvidos no desenvolvimento do transtorno.
Pessoas com casos de tricotilomania na família tendem a ter mais chances de desenvolver o transtorno. Ainda, acredita-se que a deficiência de certos neurotransmissores, relacionados com a impulsividade, pode estar ligada a tricotilomania.
Por conseguinte, existem alguns grupos de risco, que são mais propensos a desenvolver a tricotilomania. São eles:
- Pessoas com o transtorno no histórico familiar médico;
- Jovens entre 11 e 13 anos;
- Pessoas com ansiedade, depressão, TOC, problemas com substâncias viciantes ou síndrome de Rapunzel.
Diagnóstico e tratamento
Para diagnosticar a tricotilomania, é preciso que o paciente ou pessoas próximas do paciente relatem os sintomas para o médico. É comum que o médico responsável peça exames para verificar se não existem queda de cabelo.
Depois, o paciente é encaminhado para um psicólogo que irá trabalhar nas sessões de terapia outras maneiras de aliviar o estresse e a ansiedade. O psicólogo pode recomendar que o paciente participe de grupos de apoio, para que ele não se sinta sozinho.
Por fim, em alguns casos, principalmente aqueles em que há comorbidades, o paciente precisa tomar medicamentos. Antidepressivos e outros psicofarmacológicos usados em transtornos de humor podem ser prescrevidos por um psiquiatra para diminuir os sintomas.
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil.
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