Varreduras cerebrais podem ajudar os clínicos a escolher psicoterapia ou tratamento medicamentoso para a depressão
Terapia cognitivo comportamental ou medicação antidepressiva? Padrões específicos cerebrais podem ajudar os clínicos a identificar o que ajudaria mais o paciente a se recuperar da depressão.
De acordo com a descoberta de pesquisadores da Universidade Emory.
O estudo, chamado PReDICT, randomicamente selecionou pacientes a 12 semanas de tratamento com um dos dois antidepressivos ou com terapia cognitivo-comportamental (TCC).
No início do estudo, os pacientes foram submetidos a um exame funcional de ressonância magnética cerebral.
Que, a partir daí foi então analisado para ver se o resultado da TCC ou medicação dependia do estado do cérebro antes de iniciar o tratamento.
Os resultados do estudo são publicados como dois artigos na edição online do American Journal of Psychiatry.
Terapia cognitivo comportamental ou medicação antidepressiva?
Os exames de ressonância magnética identificaram que o grau de conectividade funcional entre um importante centro de processamento de emoções e três outras áreas do cérebro foi associado com os resultados do tratamento.
Os pacientes com conectividade positiva entre as regiões do cérebro foram significativamente mais propensos a alcançar remissão com terapia cognitivo-comportamental.
Enquanto que, os pacientes com conectividade negativa ou ausente eram mais propensos a remitir com medicação antidepressiva.
“Todas as depressões não são iguais e, como diferentes tipos de câncer, diferentes tipos de depressão exigirão tratamentos específicos.”
“Em tais exames, podemos ser capazes de combinar um paciente com o tratamento que é mais provável para ajudá-los. Evitando tratamentos improváveis de fornecer benefício “, conforme a Dra. Helen Mayberg, que liderou o estudo de imagem.
Mayberg é Professora de Psiquiatria, Neurologia e Radiologia e presidente do Dorothy C. Fuqua em Imagem Psiquiátrica e Terapêutica na Universidade de Medicina Emory.
Mayberg e os co-pesquisadores Dr. Boadie Dunlop, Diretor do Programa de Transtornos do Humor e Ansiedade de Emory, e W. Edward Craighead, PhD, professor de Psiquiatria e Ciências do Comportamento, procuraram desenvolver métodos para uma abordagem mais personalizada ao tratamento da depressão.
Mas, afinal, qual é o tratamento escolhido pela maioria dos pacientes?
As diretrizes de tratamento da depressão recomendam que a preferência do paciente seja considerada na seleção da abordagem inicial do tratamento.
Entretanto, no estudo PReDICT as preferências dos pacientes estavam apenas fracamente associadas aos resultados.
As preferências previram o abandono do tratamento, mas não a melhoria.
Estes resultados são consistentes com estudos anteriores. Por isso, sugerem que a obtenção de tratamento personalizado para pacientes com depressão dependerá mais da identificação de características biológicas específicas do que em seus sintomas ou preferências de tratamento.
Portanto, os resultados do PReDICT sugerem que os exames cerebrais podem oferecer a melhor abordagem.
Ao recrutar 344 pacientes para o estudo, os pesquisadores foram capazes de convocar um grupo mais diverso de pacientes. Com cerca de metade dos participantes auto-identificados como afro-americanos ou hispânicos.
“Nossa diversa amostra demonstrou que a psicoterapia baseada em evidências e tratamentos medicamentosos recomendados como tratamentos de primeira linha para a depressão pode ser estendido com confiança além de uma população branca, não hispânica”, de acordo com Dunlop.
“Em última análise, nossos estudos mostram que as características clínicas, como idade e sexo, não são tão boas em identificar os resultados do tratamento como a medição do cérebro”, conforme Mayberg.
Tradução realizada por Lorena Peixoto.
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil
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