Os sinais de um relacionamento tóxico
O que é um relacionamento tóxico?
O relacionamento tóxico afeta, de forma negativa, a vida dos indivíduos. Além disso, é importante frisar que a relação abusiva não remete, exclusivamente, à violência ou à agressão física.
Há diversas formas de violência, tais como psicológica, emocional, financeira ou sexual. Ademais, a violência, não física, pode ser sutil e difícil de ser percebida e pode ocorrer, ainda, em qualquer forma de relacionamento. Por exemplo, relação amorosa, familiar, profissional ou social.
É comum que a pessoa que está dentro do relacionamento tóxico não entenda o abuso que está sofrendo. Em razão disso, muitas pessoas permanecem nessa relação durante longos períodos de tempo. Ainda, é comum que, quando ocorre a violência psicológica e emocional, o indivíduo se sinta pressionado para não sair do relacionamento.
É preciso reconhecer os sinais e, também, procurar amparo psicológico para lidar com as consequências causadas pela relação.
Sinais de um relacionamento tóxico
Uso da sedução
É comum que o agressor use o charme e a bajulação para reduzir as defesas pessoais da vítima e ganhar sua confiança. Dessa forma, normalmente, no começo, o relacionamento parece ser perfeito e faz a vítima se manter na relação em virtude dos “bons” momentos.
Falta de diálogo
Em um relacionamento tóxico, a falta de diálogo está presente. Assim, é normal que ocorra o acúmulo de incômodos referentes ao relacionamento. O resultado é uma “bola de neve” de mágoas. Os rancores guardados são, em geral, usados em algum momento oportuno, como uma briga.
Lembre-se! Esperar a “poeira baixar”, ou seja, se acalmar ou se sentir confortável para falar, não é ruim. Porém não é saudável quando a pessoa guardar sentimentos ou pensamentos que a afetaram. Na relação tóxica, a vítima pode não conseguir expressar suas opiniões ou ser reprimida ao tomar essa atitude.
Críticas exageradas
É normal que, em uma relação tóxica, a pessoa seja convencida sempre que está errada, que ela é ruim em tudo que faz e, ainda, que ela é sempre a culpada. Os agressores utilizam da manipulação para fazer a pessoa acreditar acreditar que a errada da situação sempre é ela.
Dessa forma, a maioria das vítimas apresenta uma baixa autoestima e insegurança elevada, por conta do número elevado de críticas e reclamações. Ademais, o uso de frases, como “Você prefere sair com sua família ou ficar em casa comigo?”, é muito utilizado para a manipulação da vítima, que acaba acreditando que é uma pessoa ruim ou que está errada.
Ansiedade e medo
Nesse tipo de relacionamento, é normal que a vítima se sinta extremamente ansiosa e com medo de qualquer reação do seu parceiro. A pessoa tem medo de que qualquer palavra, ação ou, até mesmo, movimentos involuntários resulte em um motivo para alguma discussão ou briga.
Apoio unilateral
Na relação tóxica, em geral, ocorre que só uma pessoa sempre recebe o apoio e a outra é negligenciada. Assim, seus sentimentos, suas dores e suas emoções não são levadas em consideração. E mesmo em situações em que a pessoa, de forma clara, precise de apoio, o agressor irá conduzir a situação para seu próprio vitimismo. Em um relacionamento saudável, as duas partes devem ser ouvidas e apoiadas.
Poder
Na maior parte dos casos, a luta pelo poder é constante. Por exemplo, as brigas nunca são para sanar questões ou desavenças, mas, sim, para provar quem “está certo ou quem está no comando”. Há casos que a pessoa perde, até mesmo, a coragem de opinar e tem medo de dizer não ou sim para as situações.
Por conseguinte, em um relacionamento saudável, o casal trabalha em equipe, mas, no relacionamento tóxico, tanto as conquistas quanto, principalmente, as derrotas são apenas culpa de uma pessoa. O agressor costuma focar, também, nos erros do parceiro e enfatizá-los para mostrar superioridade.
Ciúmes e controle
O agressor costuma exercer um controle altíssimo sobre a vítima e, também, sente um ciúme patológico. É normal que, na relação, uma das partes esteja o tempo inteiro monitorando seu parceiro.
Essa pessoa precisa estar no controle e saber tudo sobre a vida do outro. Quando o parceiro recusa ser controlado, o agressor, na maioria das vezes, começa a apresentar um ciúmes patológico irracional.
O comportamento tende a ser de apenas uma das partes. Logo, caso o outro tente também controlar o parceiro, o agressor irá manipular a situação e não aceitará as condições.
Por fim, há casos em que a vítima se torna extremamente submissa ao seu agressor. No relacionamento saudável, é importante ter um nível de privacidade, porque a confiança é base de qualquer relação e, assim, não é necessária uma supervisão constante.
Culpa
A culpa sempre cai sobre a vítima, ou seja, qualquer coisa que dê errado ou que o agressor acredita ser incômodo será culpa da vítima. Ainda, toda insegurança, “fraqueza” ou sentimento da vítima será, também, culpa dela. Nesse tipo de relação, o agressor é incapaz de pedir desculpas ou aceitar que estava errada.
Ameaças e dependência
Dos mais variados tipos, por exemplo, ameaças emocionais, psicológicas ou físicas. Vão desde aquelas que são “vou terminar com você e você ficará só”, até as mais agressivas, que envolvem ameaças contra a vida da pessoa.
Caso o agressor perceba que a vítima tem uma dependência emocional, ele irá usar dessa fraqueza para enfatizar essas atitudes. No relacionamento tóxico, há a dependência no outro parceiro que envolve o financeiro, o emocional e o físico.
Desse modo, o agressor faz a vítima acreditar que não tem habilidade para fazer qualquer coisa. Por exemplo, a pessoa não consegue concluir uma meta pessoal ou terminar o relacionamento.
O que fazer?
Se você se identificou com alguns dos sinais, está na hora de repensar a sua relação. É preciso entender onde o relacionamento começa e onde você começa, ou seja, dê valor a sua saúde psicológica, emocional e física.
Procure tratamento psicológico para entender melhor o que fazer e como lidar com as circunstâncias. Através da psicoterapia, é possível aprender a gerenciar a situação e entender os padrões e gatilhos. Ainda, a terapia ajuda a lidar com as consequências deixadas pelo relacionamento tóxico.
Há casos em que a terapia de casal pode ser eficiente para ambas as partes aprenderem a lidar com a situação. Porém, na relação abusiva, é comum que o agressor não queira ceder seu “poder” sobre o outro, e, nesses casos, a solução é manter distância emocional e fisicamente.
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil.
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