Rejeição: como lidar com uma das piores feridas emocionais?
Rejeição
Rejeitar significa resistir, desprezar ou recusar algo ou alguém. Não dá para desprezar o fato de que a rejeição é uma das feridas emocionais mais profundas e difíceis de lidar.
A rejeição se faz presente em diferentes âmbitos da vida social. Pode ser amor, trabalho, amigos, família.
Além disso, é comum a rejeição interna. Ou seja, você não está feliz consigo mesmo e acaba rejeitando a si mesmo. Uma espécie de autossabotagem.
É intrínseco ao ser humano a busca por aceitação. Desde pequenos, buscamos ser aceitos dentro de um determinado grupo social.
Entretanto, a rejeição é algo constante em nossa vida. Rejeitamos itens que não usamos mais, ideias que não são viáveis, oportunidades que não queremos.
Haverá ocasiões em que a sua candidatura a um emprego, o seu convite para sair ou as suas ideias de mudança serão rejeitados por alguém, em algum lugar.
Por isso, é importante saber lidar com esse sentimento.
Rejeição de pais
Quando se trata de rejeição familiar o desafio se torna um pouco maior. Porque é algo que pode estar atrelado ao indivíduo desde a infância.
Além disso, o desprezo dos pais pode desencadear um enorme sentimento de insegurança em relacionamentos futuros.
Existem casos em que a pessoa se sente constantemente, diminuída e abandonada. Ou mesmo do seu excesso de carência emocional.
Um comportamento que pode ajudar a vencer a rejeição familiar é aceitar que as pessoas são diferentes. Cada indivíduo tem as suas peculiaridades.
Por isso, entenda a forma de amar de cada um. Nem todos sabem como demonstrar o que sentem explicitamente.
Entretanto, é importante expressar a maneira como você se sente. Chame a pessoa para conversar. O diálogo é fundamental para que se consiga entender os sentimentos um do outro.
Faça o possível para manter uma boa relação com a sua família. Porém, caso o sentimento de rejeição já esteja instaurado, busque desvencilhar-se.
Um ambiente tóxico e que te faça mal não precisa fazer parte do seu cotidiano apenas por ser de sua família.
Analise a possibilidade de ficar na casa de outra pessoa. Peça ajuda a outros membros da família.
Aceite que o fato de ser família não torna perfeito. As vezes é necessário ter isso em mente e evitar idealizações.
Rejeição no ambiente escolar ou de colegas de trabalho
Relações interpessoais na infância e no ambiente escolar são essenciais para a adaptação psicossocial presente e futura.
Porque desempenham um papel importante no desenvolvimento das crianças, ajudando-as a dominar novas habilidades sociais e familiarizar-se com as normas e processos sociais envolvidos nas relações interpessoais.
A curto e médio prazo, relações problemáticas na escola estão associadas com fracasso escolar e baixo desempenho acadêmico.
Crianças que têm amigos na sala de aula e que são aceitas, em geral têm mais motivação para participar.
Além disso, dificuldades precoces de relacionamento entre pares correlacionam-se com uma diversidade de problemas de adaptação na adolescência e no início da vida adulta, tais como evasão escolar, delinquência e problemas emocionais como solidão, depressão e ansiedade.
Nesse sentido, o bom relacionamento interpessoal na escola é tão importante quanto as atividades em si. Isso porque uma pessoa que desenvolve suas habilidades, mas não consegue se relacionar, dificilmente usará todo seu potencial e gerar bons resultados.
Quando trata-se da rejeição de colegas de trabalho os efeitos são percebidos na produtividade e rendimento.
Geralmente, quando sente que é rejeitado, o ser humano costuma buscar em si defeitos para justificar esse sentimento ou mesmo a se tornar agressivo.
E, assim sendo, como resultado, quem foi rejeitado acaba sendo mais afastado do grupo. O isolamento é comum.
Entretanto, um bom ambiente de trabalho é importantíssimo para a saúde mental, emocional e física do indivíduo. Por isso, caso seja rejeitado ou enxergue que algum colega está sofrendo com esse sentimento procure ajudar
Rejeição amorosa
Desde crianças, o ser humano é é alimentado com a ideia de que o amor resolve tudo.
Portanto, quando se inicia um relacionamento amoroso, a expectativa é de sentir-se completo para sempre.
Assim sendo, sentir que não é amado ou desejado, que é o que ocorre durante uma rejeição amorosa afeta a autoestima, e as inseguranças tomam conta dos pensamentos do indivíduo.
A pessoa se sente desvalorizada, duvidando de possuir qualidades.
Por isso, a rejeição amorosa é uma das que mais apresenta efeitos nocivos para quem foi rejeitado.
É importante aceitar o que não depende de você. Entender que você não tem controle sobre os sentimentos do outro é o primeiro passo para compreender que você não é culpado pela rejeição.
Além disso, perceba que você deve separar a rejeição do rejeitado. Ou seja, a rejeição é apenas um tipo de critério de alguém a respeito de outra pessoa, que por acaso pode ser você.
Não é algo pessoal. Tem mais a dizer sobre quem rejeita do que quem foi rejeitado. Porque ao optar por rejeitar, o indivíduo leva em conta suas características pessoais e o que busca em um relacionamento.
E isso demonstra que você não estará necessariamente errado.
Aí está a importância de reconhecer seu valor e suas qualidades. Não é porque uma pessoa não gostou de você que todas as outras não vão gostar.
Aceite lidar com a tristeza e com o fato de que qualquer um poderia ter sido rejeitado. Você não é menos do que ninguém. E fugir da dor é só um jeito de prolongar o processo.
É recomendável, também, a procura por um profissional. Uma terapia pode ajudar não só a rejeição amorosa, mas qualquer outra.
Porque a ajuda de alguém especializado pode auxiliar na superação do sentimento de rejeição. Trazendo uma análise muito mais precisa do que você precisa no momento.
E quando a rejeição parte de você?
Costuma ser mais fácil identificar quando somos rejeitados. Mas você já parou para pensar nos momentos em que você rejeitou?
Reflita sobre esse ponto.
A partir daí, você consegue praticar a empatia. Compreende, assim, por que o outro rejeitou e passa a agir diferente, de forma mais amorosa e delicada.
O outro acaba sempre sendo uma oportunidade de percebermos o que estamos plantando e colhendo. Olhar para dentro é o caminho para mudar tudo o que nos faz mal.
Com um olhar mais empático para a situação, você poderá sentir-se melhor e compreender que você não é culpado pela rejeição.
Não necessariamente você foi o responsável. E, às vezes, você não poderia ter feito nada para evitar a rejeição.
Ser rejeitado é parte da vida e não um ataque pessoal. A rejeição não é sua culpa, em si. A outra pessoa está rejeitando algo que não funcionou para ela.
Ela rejeitou o pedido, a situação, uma abordagem, não você.
Como lidar com a rejeição?
Todos sofrerão alguma espécie de rejeição em algum momento da vida. Não é possível evitar esse sentimento, porém, é possível aprender a lidar melhor com ele.
Ser rejeitado costuma abalar diretamente a autoestima. A negativa faz com que segurança em suas qualidades seja enfraquecida.
Por isso, é muito importante estar disposto a lidar com essa questão.
O primeiro passo é não levar a rejeição para o lado pessoal. Lembre-se de que ela não diz nada sobre ninguém. A rejeição faz parte da vida e não é um ataque pessoal isolado.
Além disso, quando somos rejeitados começamos a nos culpar automaticamente, supondo que deve haver algo de muito errado conosco e criticando o comportamento que levou a nossa rejeição.
Não faça isso!
É um grande erro focar nas próprias falhas e defeitos. De modo que você pode acabar se isolando. Pode chegar a acreditar que é a pior pessoa do mundo e que mereceu a rejeição.
Por isso, é importante uma reflexão sobre o assunto. Você poderia ter feito algo para evitar? Ou poderia ter apresentado melhores comportamentos? Ou você está consciente de que não é culpado por isso e que não poderia ter feito nada para evitar?
Embora não possamos apagar o sofrimento vivido no passado, sempre podemos avaliar a situação e buscar aprender algo com elas. Visando uma constante evolução.
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil
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