Mutismo Seletivo
O que é mutismo seletivo?
O mutismo seletivo é um tipo de transtorno de ansiedade, no qual as pessoas não conseguem falar em certas eventos sociais. As principais situações que desencadeiam os sintomas, normalmente, são conversas com colegas, estranhos ou parentes distantes.
Em geral, o quadro se desenvolve durante o período infantil e, caso não for tratado, tende a persistir na idade adulta.
O mutismo seletivo não é a falta de vontade ou recusa em falar, mas, sim, a incapacidade de falar. Dessa forma, a ideia de conversar com alguma pessoa gera uma ansiedade muito forte e, em alguns casos, desencadeia sentimentos de pânico.
Todavia, pessoas com mutismo seletivo tem a capacidade de dialogar livremente com pessoas próximas, como familiares e amigos íntimos.
Por fim, a timidez e o mutismo seletivo não são o mesmo transtorno e envolvem abordagens terapêuticas diferentes.
Sintomas
É comum que os sintomas do mutismo seletivo apareçam durante a primeira infância. Ainda, normalmente, é percebido pela primeira vez quando a criança não consegue interagir com pessoas fora da família.
O principal sinal de alerta é o grande contraste na capacidade interativa da criança com pessoas diferentes. Ademais, esses sinais de alerta são caracterizados por súbita quietude, expressão facial congelada e nervosismo aparente.
Assim, os sintomas do quadro são:
- Sentimento de nervosismo, desconforto e estranhamento.
- Atitudes rudes, desinteressadas ou mal humor.
- Comportamento tímido e retraído.
- Postura rígida, tensa ou mal coordenada.
Ademais, pessoas com um grau leve de mutismo seletivo conseguem se comunicar através de gestos, como concordar com “sim” ou mover a cabeça com o “não”. No entanto, em casos mais severos a pessoa evita qualquer forma de comunicação, ou seja, falada, escrita ou gestual.
Por fim, alguns indivíduos conseguem responder por meio de palavras sim ou usar um tom de voz diferente, como um sussurro.
Causas
As respostas definitivas sobre as causas do mutismo seletivo, ainda, não são exatas. Além disso, é comum que diversas pessoas não sejam diagnosticadas até o final da primeira infância.
Há fatores genéticos, sociais e ambientais que podem justificar o surgimento dos sintomas. Porém, o caso é diversas vezes confundido com a timidez.
Ainda, pessoas com transtorno de ansiedade são mais propensas a terem a condição. E, também, pessoas com dificuldades no processamento auditivo, normalmente, apresentam os sintomas.
Além de que, pessoas que sofreram situações traumáticas, como assédio, estupro e agressões podem ter maiores chances de desenvolver o mutismo seletivo.
Tratamento do mutismo seletivo
O tratamento do mutismo seletivo, na maioria das crianças, tem resultado efetivo e duradouro. Entretanto, no caso dos adultos, o tratamento tende a ser mais complexo e prolongado.
Por conseguinte, o êxito do tratamento depende de fatores, como:
- O tempo que a pessoa tem o quadro.
- A presença de outros transtornos, como transtornos pós-traumático e baixa autoestima.
- A cooperação dos envolvidos e, em alguns casos, inclui até a família.
- A capacidade comunicativa do paciente.
A terapia é uma das melhores forma de tratamento do quadro de mutismo seletivo. É por meio da psicoterapia que o paciente consegue lidar com sua ansiedade, entender seus gatilhos e lidar com suas emoções e sentimentos.
Há casos, principalmente nos das crianças, que a terapia familiar é indicada para a redução dos sintomas e para a criação de um ambiente positivo.
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil.
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