Misofonia: a síndrome da audição supersensível
O que é misofonia?
O termo “miso” significa ódio ou aversão. Por outro lado, “fonia” quer dizer sons. Portanto, a misofonia está relacionada a intolerância a determinados sons.
A Síndrome de Sensibilidade Seletiva do Som (SSSS ou S4), é um distúrbio que causa intolerância a pequenos barulhos.
Essa irritabilidade também é conhecida como Misofonia. O distúrbio trata-se de uma sensibilidade seletiva a sons, e não uma deficiência. O incômodo é provocado pelo efeito que determinados sons produzem no cérebro, pois ativam o centro das emoções.
Para quem sofre dessa intolerância, sons normais do dia-a-dia como: buzinas; barulhos de carros; músicas; cortar de unhas; escovação de dentes: pessoas conversando ou mastigando acabam; teclados e canetas pode causar irritabilidade, raiva e pânico.
Além disso, outras emissões sonoras mais específicas, como a repetição de alguma consoante na fala ou frequências amplamente repetitivas, também podem irritar quem sofre com esse transtorno.
A Misofonia é basicamente “ódio ao som”. Por isso, em alguns casos, o barulho pode ser tão perturbador que é preciso usar tampões auditivos para proteção.
Assim sendo, o problema são os pequenos barulhos corriqueiros, e não o caos sonoro.
Impactos no cotidiano
Não trata-se de um simples incômodo com os ruídos. Pois, quem sofre com a misofonia fica tão irritado que pode chegar a se isolar e ter problemas de relacionamento.
Pela reação intensa a pequenos barulhos as pessoas que sofrem de misofonia acabam se afastando de seus círculos sociais.
Afastam-se dos amigos e até mesmo evitam ir a locais públicos, já que sempre encontram alguém com goma de mascar na boca ou comendo salgadinho.
O efeito é percebido também no ambiente profissional. Porque, quem sofre com esse distúrbio tende a se isolar.
O barulho pode causar em quem sofre de misofonia uma resposta de fuga em que a pessoa sente vontade de ser violenta com quem está provocando os sons. Ou de sair de perto do som de qualquer maneira.
Sintomas da Misofonia
Pessoas com misofonia podem ficar irritadas, furiosas ou mesmo em pânico quando ouvem os sons motivadores do distúrbio.
Uma pessoa com misofonia fica extremamente incomodada e pode ter explosões de raiva.
As pessoas podem ter:
- No humor: ansiedade ou raiva
- Sintomas psicológicos: depressão ou medo de sons altos
Ou ainda, tornar-se agressiva.
É um distúrbio raro. Apresenta menos de 150 mil no Brasil. Além disso, geralmente, é diagnosticável pela própria pessoa. Pois, raramente requer exames laboratoriais ou de imagem.
É uma doença crônica. Ou seja, pode durar anos ou a vida inteira.
Mesmo que o som não seja considerado alto, o indivíduo não consegue se concentrar no que está fazendo.
Essa condição pode ser motivada por experiências ou lembranças negativas relacionadas a determinados barulhos.
Como identificar se você tem misofonia?
Você fica nervoso ou angustiado com barulhos que não costumam incomodar os outros? Ou ainda, você já deixou de ir para algum ambiente social por incômodo ou medo do incômodo dos sons?
Caso, as respostas sejam positivas, como identificar se você tem misofonia?
Dessa forma, o primeiro passo é procurar um médico otorrinolaringologista. O especialista, fará uma avaliação, incluindo exame físico.
É importante também, a realização de um exame audiométrico para excluir doenças dos ouvidos como a perda auditiva.
Os principais indícios para a identificação do distúrbio podem ser:
- Os sintomas começam a aparecer, geralmente, na infância;
- Os barulhos “desencadeadores” tendem a ser o da respiração e o da mastigação;
- Quanto mais próxima emocionalmente a pessoa com distúrbio for da “desencadeadora”, mais ofensivo o som será;
- A reação mais comum é a raiva extrema;
Todavia, a qualquer sinal de qualquer problema de saúde, procure um médico. Evite o auto-diagnóstico e a auto-medicação.
Essa prática pode ser muito prejudicial a saúde.
Atenção!
As pessoas que sofrem com misofonia geralmente são diagnosticadas incorretamente.
Muitas vezes como tendo transtorno fóbico, transtorno obsessivo compulsivo, ou transtornos de ansiedade, bipolar ou maníacos.
Portanto, procure diversos especialistas para certificar-se do diagnóstico. Para que o tratamento seja adequado.
O que acontece nos ouvidos e no cérebro de quem tem Misofonia?
Os sons são conduzidos até o cérebro para serem analisados e entendidos. Eles passam por várias estações até chegarem na região final desse caminho.
A Misofonia é uma descoberta recente e ainda está em fase de pesquisas.
Assim sendo, por enquanto, sabe-se que nas pessoas com Misofonia, duas áreas cerebrais estão mais ativadas durante a passagem dos sons.
Assim, essas conexões cerebrais super ativadas provocam reação negativa imediata. Forte e desproporcional com esses sons.
Além de atrapalhar na concentração em outras atividades. Porque quem sofre com a misofonia simplesmente não consegue ignorá-los.
Tratamento
Afastando outros problemas auditivos, pode-se partir para o tratamento.
Ainda não existe um tratamento específico para a misofonia. Entretanto, existem algumas práticas que podem podem ajudar a tolerar os sons com mais facilidade. Evitando alterações bruscas nas atividades diárias.
A terapia cognitivo-comportamental tem apresentado grandes benefícios para esses pacientes.
Assim sendo, o principal foco do tratamento é atingir os fatores comportamentais que fazem a pessoa associar o som a algo ameaçador.
Além disso, pode envolver recomendações de estilo de vida. Como o uso de proteção auditiva ou a criação de zonas “livres de ruído” dentro de espaços de convivência.
Grupos de apoio podem ser vantajosos. Porque a troca de experiências e o diálogo com alguém que se identifica com o distúrbio ajuda no processo de tratamento. A importância de sentir que não está sozinho
Nos casos mais graves, pode ser necessário recorrer a um psiquiatra para que medicamentos para depressão ou ansiedade possam ser indicados.
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