Limites na relação conjugal: conheça os desafios e estratégias
Estabelecer limites na relação conjugal é necessário para garantir a sustentabilidade da convivência e da interação entre o casal.
Para muitas pessoas, parece mais fácil estabelecer limites quando eles precisam ser colocados para um estranho ou uma pessoa que se tem pouco contato.
Mas, imagine ter que estabelecer limites para o seu cônjuge, principalmente quando você passou anos ignorando ou negligenciando a importância que certas atitudes têm efeito sobre o seu bem-estar.
Sejam brincadeiras das quais você não gosta, comentários em momentos inadequados, críticas feitas à sua família, atrasos a compromissos que envolvem o casal ou até formas desrespeitosas de tratamento no dia a dia, os limites precisam ser estabelecidos.
Tudo isso pode e deve ser analisado, discutido e deve contar com propostas de mudanças.
As mudanças do outro, entretanto, precisam ser demandadas de forma planejada e amigável.
Por isso, com o objetivo de auxiliar os casais a manterem uma relação harmoniosa, listamos:
- Como estabelecer limites na relação conjugal?
- Como se impor em um relacionamento?
- Quando o relacionamento passa dos limites?
- Erros que estragam o relacionamento
- Como lidar com pessoas sem limites?
- A terapia de casal como boa opção
Como estabelecer limites na relação conjugal?
Para que você comunique o outro sobre algo que te desagradou, para que você diga um “não” de forma tranquila e estabeleça qualquer tipo de limite, considere:
1 – Avaliar o conteúdo e a forma de falar
Este é o primeiro passo para que a conversa seja esclarecedora e tranquila. Pense bem sobre o assunto que você irá abordar com o outro. Isso realmente te incomoda ou é apenas ‘’birra’’? Há quanto tempo vem acontecendo e com qual frequência?
Mais do que isso, se atente a forma que você fala. Procure manter o tom de voz normal, não gesticule de maneira agressiva e concentre-se somente na conversa, evite distrações.
2 – Escolha o melhor momento para conversar
Mesmo que seja importante resolver os problemas com o outro o mais rápido possível, de nada adiantará escolher um momento em que ambos (ou uma das partes) estejam focados em outra coisa.
Por isso, escolha um momento oportuno: observe se estão sozinhos no local, se o ambiente é tranquilo e se é possível focar somente na conversa naquele período de tempo.
Caso não seja apropriado, escolha outra hora para debater.
3 – Tenha o respeito como base do relacionamento
Não somente em um relacionamento amoroso, mas em qualquer tipo de relação social, o respeito mútuo é primordial e indispensável.
Jamais abra mão de exigir respeito ao outro, assim como nunca falte com o respeito à alguém. Quando há respeito, qualquer tipo de desentendimento se encaminha por um lugar de acordo pacífico.
Além disso, se torna mais fácil de se estabelecer limites de forma amigável.
4 – Garanta o direito do outro dizer “não”
Ainda que você se garanta muito sobre suas opiniões e posicionamentos, procure sempre deixar claro ao outro que ele possui o direito de discordar e dizer ‘’não’’.
Essa atitude mostra que mesmo que os dois não entrem em acordo sobre um assunto, o espaço para cada um se abrir verdadeiramente sobre seus pensamentos foi dado.
Desse modo, ninguém sai em desvantagem por não ter exposto seus sentimentos e visões sobre o ponto em questão.
5 – Busque o autocontrole
Assim como é essencial se manter atento à forma de falar, garantir que você consegue se controlar é imprescindível.
Mesmo que você se sinta estressado, decepcionado e triste, é muito importante preservar o autocontrole para que a situação não piore.
Além disso, se mostrar uma pessoa controlada pode fazer com que os outros te enxerguem sempre como alguém centrado, civilizado e sereno, ainda que você esteja com raiva.
6 – Se necessário, busque ajuda profissional
A ajuda profissional só lhe trará vantagens, em todas as áreas da vida!
Dessa forma, se você deseja aprender mais sobre você mesmo, entender como e porquê certas situações acontecem em sua vida e conhecer mais maneiras de lidar com seus problemas, faça terapia!
Os psicólogos estão sempre preparados para te auxiliar e guiar pelos melhores caminhos, apontando soluções e novas descobertas.
Como se impor em um relacionamento?
Enquanto se comprometer com outro é uma coisa ótima, desistir de suas necessidades e sentimentos por essa pessoa não é. Nunca abra mão de falar por si mesmo.
Não comprometa ou prejudique seus próprios desejos apenas porque você quer dar à outra pessoa tudo o que ela quer ou está com medo de perdê-la se precisar de algo diferente.
Um relacionamento funcional abre espaço para o que os dois precisam. Caso as questões não fiquem claras para ambos, um dos lados sempre sairá perdendo.
Se ele(a) se revolta de forma desproporcional quando você se expressa ou fica triste, é melhor repensar sobre o relacionamento do que se perder para alguém que não quer ouvi-lo e não se preocupa com o seu bem-estar.
Alguém que realmente ama você e que vale a pena amar está seguro o suficiente para animá-lo e te ver feliz.
Quando o relacionamento passa dos limites?
Nos relacionamentos românticos, os limites na relação conjugal podem variar muito de uma pessoa para outra. Algumas pessoas podem tolerar e até perdoar a infidelidade, enquanto outras jamais voltariam a se relacionar com quem a traiu.
Dessa forma, a educação, as experiências pessoais, os valores e a autoestima da pessoa possuem muita influência nesse sentido.
No entanto, embora todos tenham seus próprios limites pessoais e haja diversidade entre eles, existem alguns comportamentos que você nunca deve deixar passar se quiser proteger sua autoestima e sua dignidade.
Se você está com dúvidas sobre o seu relacionamento, pergunte-se: é isso que eu quero para a minha vida? Eu me vejo com essa pessoa em cinco anos? Esse comportamento é algo que estou preparado para tolerar? Quais são os meus limites?
Assim sendo, quando seu parceiro(a) começa a te anular como uma pessoa que possui opiniões, gostos e sentimentos, quando você percebe abusos – tanto físicos, quanto emocionais e quando sua liberdade individual se torna restrita e quase que inexistente, já não há mais limites: não se pode mais considerar essa relação como algo saudável.
Erros que estragam o relacionamento
Quando se trata de erros e limites em qualquer tipo de relacionamento, seja familiar, social ou romântico, alguns geralmente são compartilhados por todos.
Outros, no entanto, são pessoais, estabelecidos com as pessoas ao nosso redor, de acordo com o que estamos preparados para tolerar.
Dessa forma, quais são os principais erros cometidos em um relacionamento romântico?
1 – Ausência de confiança
Às vezes, a desconfiança desempenha um papel dominante na vida de uma pessoa. A decepção ou traição do passado pode estar na raiz do problema.
Desconfiança é uma resposta válida quando alguém se sente traído ou abandonado, mas sentimentos difusos da falta de confiança podem afetar negativamente a vida de uma pessoa.
Isso pode resultar em ansiedade, raiva ou insegurança.
Felizmente, todos podemos reaprender a confiar: trabalhar com um terapeuta pode ajudar nesse processo.
2 – Se anular e viver a vida da outra pessoa
A baixa autoestima tem muito a ver com limites na relação conjugal. Se você valoriza a outra pessoa mais do que você, se precisa dessa pessoa para ser feliz ou se seu parceiro(a) é a única coisa que dá sentido à sua vida, você está basicamente jogando toda a sua história no lixo.
Quando isso estiver claro e for consistente, você não colocará suas necessidades abaixo das do seu parceiro(a).
Pense que essa atitude não é egoísta, é somente o necessário a se fazer para se preservar.
3 – Tentar assumir o controle total
Por um lado, é importante não colocar as necessidades do outro sempre acima das suas, como se você não fosse importante. Mas por outro, não se deve querer controlar o que o outro faz ou deixa de fazer.
Você não tem controle total sobre o relacionamento: ele se vive a dois! É uma junção dos sentimentos e desejos de ambos.
Desse modo, o que o outro pensa, faz e sente, na maioria das vezes, não está em suas mãos.
Não tente assumir o controle total das coisas.
4 – Invadir o espaço da outra pessoa
O equilíbrio é de extrema importância. Lembre-se que a outra pessoa teve uma vida antes de você e que muito provavelmente alguns pontos dessa vida continuam com ela.
Assim sendo, não invada o espaço da outra pessoa se você não estiver incluído. Mesmo sendo um casal, as pessoas são seres individuais e possuem momentos em que desejam (e precisam) de privacidade.
Jamais ultrapasse esse limite quando não for chamado(a).
5 – Excesso de ciúmes
Problema muito comum e prejudicial à maioria das relações, o excesso de ciúmes pode gerar graves consequências.
Saber qual é a origem dessa insegurança que o ciúme causa, pode ajudar a atenuar esse sentimento e se livrar completamente dele após uma boa reflexão sobre suas ações e sentimentos.
O ciúme em excesso nunca é benéfico.
6 – Falta de diálogo
Não é possível guiar um relacionamento por um bom caminho se não há diálogo.
A comunicação é um dos pilares de qualquer tipo de relação, principalmente a romântica.
Por isso, sempre faça questão de informar sobre situações que não te agradam e que não te deixam satisfeito(a), assim como dê espaço e abertura para seu parceiro(a) se sentir à vontade para conversar sobre qualquer assunto com você.
Afinal, muitos conflitos podem ser evitados se o casal tiver uma boa comunicação.
7 – Excesso de críticas
Ninguém gosta de ser bombardeado por críticas a todo momento, mesmo que sejam verdadeiras e possam ser construtivas.
Por isso, se você se incomoda muito com algumas atitudes do seu parceiro(a), pense bem se você não está criticando demais ao invés de oferecer ajuda e auxiliar na busca de uma solução.
Isso pode ser muito mais efetivo para que a pessoa consiga melhorar os aspectos em questão. O excesso de críticas pode piorar o que já está ruim.
8 – Ameaças e dependência
A ameaça nunca é a forma correta de resolver uma má situação. Certamente, quando se sente ameaçada, a outra pessoa se fecha e procura se afastar cada vez mais de quem a ameaçou, gerando mais estresse ainda ao casal.
Além disso, a dependência – seja emocional ou financeira, fará com que o relacionamento nunca seja completamente sincero, afinal, há uma deficiência afetiva ou monetária por trás do romance.
Como lidar com pessoas sem limites?
Todos conhecemos essa pessoa sem noção – aquela que deixa você se sentindo sem graça, desconfortável ou estressado depois de interagir com ela.
Talvez seja um membro da família manipulador, um colega de trabalho que não consiga parar de reclamar de tudo, um novo amigo indiscreto ou até mesmo seu namorado(a).
É comum referir-se a essas pessoas como sendo tóxicas ou sem noção. Se você tem dificuldade em lidar com alguém em sua vida, é útil começar identificando comportamentos problemáticos e reavaliar a necessidade de mantê-la em sua vida.
Sobreviver aos altos, baixos e tempestades de mau humor de outras pessoas pode ser um grande desafio. É importante, porém, lembrar que algumas pessoas mal-humoradas e negativas, podem estar passando por um período difícil em suas vidas.
Eles podem estar doentes, preocupados cronicamente ou sem o que precisam em termos de amor e apoio emocional.
Por isso, essas pessoas precisam ser ouvidas, apoiadas e cuidadas (embora, seja qual for a causa de seu mau humor e negatividade, você ainda pode precisar se proteger do comportamento delas às vezes).
Entretanto, há outro tipo de comportamento negativo: o da pessoa sem limites, que usará suas mudanças de humor para falar o que quer, sem pensar se isso machucaria o outro.
Se você observar essas pessoas de perto, perceberá que a atitude delas é excessivamente autorreferencial. Seus relacionamentos são priorizados de acordo com a forma como cada um pode ser usado para atender às suas necessidades egoístas.
A terapia de casal como boa opção
O convívio a dois é um desafio e tanto para o ser humano. Mais ainda, quando chega o momento de se estabelecer limites na relação conjugal.
Por isso, umas das vantagens de se iniciar a terapia de casal, é o auxílio profissional no convívio saudável, junto à descoberta de qualidades e defeitos do parceiro(a).
Uma segunda vantagem da terapia de casal é o desenvolvimento da flexibilidade dos cônjuges. Nesse quesito, tolerância, empatia, respeito e limites, são o foco e precisam ser desenvolvidos.
Dessa forma, caso ache que há a necessidade de um acompanhamento terapêutico para melhorar a vida do casal, não pense duas vezes e procure um psicólogo do Inpa!
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil
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