E foram felizes para sempre?
A felicidade, provavelmente o estado d`alma mais desejado pela humanidade, teima ao se manter ausente.
Tom Jobim compôs e cantou letra que propunha “tristeza não tem fim, felicidade sim”.
Provavelmente, essa foi uma simples descrição da realidade que esse compositor viveu. Mas parece também descrever o que você e muitas outras pessoas sentem.
Proponho a você a reflexão de que aquilo que sentimos é, muitas vezes, produto daquilo que fazemos.
E, além dos nossos comportamentos, há eventos adversos nas nossas vidas, sobre os quais não temos controle e que produzem sentimentos. Muitas vezes, indesejáveis.
Assim é no casamento, uma união a partir de uma decisão tomada que conta com motivações diferentes a depender do indivíduo.
Aliás, uma coisa, contudo, é semelhante a quase todos nós: A felicidade é estado extremamente procurado no casamento.
Para muitos, a decisão tomada traria a felicidade tão almejada, mas ou não consideram ou não buscam preparação para lidar com o custo emocional, com as dores, com as dificuldades e com o sofrimento que podem ser, e geralmente são experienciados diante do casamento.
Dessa forma, a simples expectativa em si de felicidade como estado contínuo ou constante, somada aos acontecimentos comuns da rotina conjugal, já tende a produzir a dor da frustração.
Portanto, casamento envolve abraçar as diferenças; aprender a forma específica de lidar com os conflitos; minimizar o impacto emocional dos momentos de embates; perdoar; passar por cima do orgulho.
E, claro, também viver a felicidade. Afinal, vale à pena? Me diga você!
Por Fábio Caló, psicólogo.
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil
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