Discalculia: dificuldade com a matemática
O que é discalculia?
Discalculia é o nome dado ao transtorno que afeta a aprendizagem e o desempenho da pessoa em matemática. Esse transtorno, também conhecido como cegueira noturna, é reconhecido como um transtorno específico de aprendizagem. A discalculia é uma má formação neurológica que pode ser genética, neurobiológica ou epidemiológica.
De 3% a 6% das pessoas do mundo sofrem com esse transtorno, e 11% das crianças com discalculia também sofrem com TDAH. Ademais, a discalculia pode ser observada ainda na pré-escola, quando a criança começa a se familiarizar com conceitos de igual, diferente, grande e pequeno.
Sintomas
A discalculia afeta a habilidade aritmética e ela pode se manifestar de diferentes formas em cada pessoa. Os principais sinais e sintomas são:
- Dificuldade em ler relógios analógico
- Problemas em sequenciar coisas
- Dificuldade em indicar qual número é maior
- Inaptidão em entender o orçamento financeiro, mesmo em casos básicos
- Respostas inconsistentes em operações de adição, subtração, multiplicação e divisão
- Dificuldade com tabelas de multiplicação, subtração, adição e divisão
- Ver e entender números como símbolos sem sentido
- Problemas em diferenciar esquerda e direita
- Senso distorcido de consciência espacial, ou uma compreensão de formas, volume e distância
- Falta de noção de tempo, com dificuldade de se lembrar horários, sequência de eventos e controle do tempo
- Má memória de conceitos matemáticos, com dificuldade de retenção e recuperação desses conceitos
- Entende matemática como conceito, mas não consegue colocá-la em prática
- Dificuldade em ler notação musical e lembrar de passos de dança
- Problemas em estimar a medida de objetos ou distâncias mentalmente
Desenvolvimento escolar e a discalculia
A discalculia pode ter alguns sintomas específicos em cada fase da vida. Primeiramente, durante a Educação Infantil, a criança tende a ter dificuldade em contar, reconhecer padrões simples, e entender significado dos numerais e conceitos de enumeração.
Já no Ensino Fundamental 1, as crianças tendem a usar muito os dedos em excesso para fazer contas. Elas, ainda, têm dificuldade em identificar os símbolos matemáticos e entender a linguagem matemática e a ordem dos números.
O Ensino Fundamental 2 é marcado pela dificuldade em elaborar estratégias para resolver contas, lembrar placar de jogos, calcular o preço total de dois ou mais itens, além de evitarem situações que envolvam números.
Por fim, no Ensino Médio, o adolescente não compreende tabelas e gráficos, e se sente inseguro com atividades que envolvam distância, velocidade e direção. Dessa maneira, ele pode se perder com facilidade, além de ter dificuldade em lidar com dinheiro, medir a quantidade dos ingredientes de uma receita e encontrar estratégias para a resolução de problemas matemáticos.
Tipos
Por conseguinte, há seis tipos de discalculia:
- Léxica: dificuldade na leitura de símbolos matemáticos.
- Verbal: problemas em nomear quantidades matemáticas, termos, números e símbolos.
- Gráfico: dificuldade na escrita de símbolos matemáticos
- Operacional: dificuldade em resolver operações e cálculos de matemática.
- Practognóstica: problemas em enumerar, manipular e comparar objetos.
- Ideognóstica: dificuldade nas operações mentais e no entendimento de conceitos matemáticos.
Tratamento
Não há um tratamento específico para discalculia. No entanto, há alguns métodos que podem auxiliar na diminuição dos sintomas, já que a matemática é algo presente no nosso cotidiano. Os pais podem auxiliar com atividades e jogos que estimulem o aprendizado da matemática. Videogames e esportes são recomendados para que a pessoa se familiarize com números, contagem e distância.
É preciso que, depois de um diagnóstico correto, os pais levem para a escola o transtorno da criança. Dessa forma, em conjunto com os pais, a escola irá criar mecanismo e métodos que ajudem o desenvolvimento aritmético da criança, sem expô-la.
Adolescentes com discalculia podem desenvolver depressão e ansiedade. Portanto, nesses casos é recomendado procurar um psiquiatra e um psicoterapeuta para tratar dessas comorbidades.
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil
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