Transtorno Delirante
O que é?
O transtorno delirante é caracterizado por ser um transtorno psicótico, no qual a pessoa tem problemas em compreender a realidade. Desse modo, o indivíduo cria ilusões falsas que são baseadas em interpretações errôneas do real.
Os episódios de delírios são um tipo de sintoma que é, também, apresentado em outros transtornos psiquiátricos, como a esquizofrenia. Todavia, vale ressaltar que o incidência do transtorno delirante é mais incomum que a esquizofrenia.
Apesar do sintoma de delirio ser encontrado em outras psicopatologias, a pessoas que apresentam esse sintoma, de forma predominante, é diagnosticada com o transtorno delirante.
A crença falsa é tão forte que a pessoa acredita firmemente que está correta, mesmo que sejam apresentadas evidências claras do contrário.
Em geral, os delírios envolvem tanto situações possíveis, mas com baixa probabilidade, quanto situações bizarras. Por exemplo, a pessoa pode deduzir que seu cônjuge está tentando matá-lo ou pode sentir que os órgãos internos estão apodrecendo.
Ademais, há diferentes tipos de delírios que são divididos em:
- persecutórios;
- eróticos;
- ciumentos;
- grandioso;
- somáticos.
Ainda, diferente da esquizofrenia, pessoas com o transtorno delirante tendem a não ter grandes problemas funcionais no cotidiano.
Além disso, alguns episódios de delírio podem ser tão “reais” para a pessoa com o transtorno que ela chegam a ver ou a sentir cheiros.
Os pacientes, normalmente, sabem que suas crenças são apenas vistas por eles e, assim, não costumam falar ou procurar tratamento. Em razão disso, o transtorno é bem menos diagnosticado do que a esquizofrenia.
Tipos do transtorno delirante
O principal sintoma do transtorno delirante são ilusões crônicas sobre alguma situação, que não está acontecendo, mas pode ser real.
Como dito anteriormente, o transtorno é dividido em cinco tipos, que são:
- Erotomania: é quando a pessoa cria uma ilusão de relacionamento amoroso com outra pessoas, o que pode gerar um comportamento de perseguição. Ainda, é comum que ao indivíduo crie essa ideia de falso relacionamento com alguém famoso ou bem sucedido.
- Grandioso: a pessoa acredita que tem algum tipo de dom, poder ou habilidade que é muito especial ou cria uma ilusão de que tem alguma intimidade com uma figura poderosa.
- Ciumento: á pessoa afirma que seu parceiro ou cônjuge está o traindo e mentindo para ela, mesmo que haja evidências claras do contrário.
- Persecutório: é quando a pessoa acredita que está sendo ameaçada, abusada ou maltratada de alguma forma.
- Somático: a pessoa acredita que tem alguma patologia ou algum tipo de deficiência. A ilusão pode ser tão real na cabeça da pessoa que ela pode, até mesmo, desencadear alguns sintomas.
Causas
As causas exatas do transtorno delirante não é, ainda, conhecida. No entanto, profissionais da saúde psicológica e pesquisadores acreditam que as causas estejam ligadas com fatores genéticos, ambientais, psicológicos, comportamentais e biológicos.
- Genético: pessoas que tenham outros parentes com o transtorno delirante têm maiores chances de desenvolver o quadro. Há pesquisadores que afirmam que a condição pode ser passada de pai para filho.
- Ambientais/psicológicos: pessoas que passaram por situações de estresse e trauma podem desencadear o transtorno delirante. Ainda, pessoas mais isoladas, com problemas com álcool e drogas ou com problemas auditivos e visuais podem ser mais propensas ao surgimento desse transtorno,
- Biológicos: há pesquisadores que acreditam que pessoas com regiões anormais do cérebro podem ser mais propícias a desenvolverem o quadro. Em geral, os riscos são maiores quando as regiões afetadas controlam a percepção e o pensamento.
Tratamento do transtorno delirante
O tratamento do transtorno delirante é difícil, porque as pessoas com essa condição não acreditam que suas crenças são falsas e, assim, não procuram tratamento. Apesar de saberem que seus delírios são únicos, eles não admitem que são irreais.
Por conseguinte, aqueles que procuram tratamento podem ter uma relação complicada com o terapeuta, pois não acreditam que tenham um transtorno.
O diagnóstico e avaliação também são complicadas, porque quadro apresenta sintomas semelhantes com outros transtornos psicóticos. Dessa maneira, o diagnóstico pode ser confuso e ambíguo.
Assim sendo, o tratamento, normalmente, irá envolver a psicoterapia e psicofarmacologia. E é necessário que o tratamento se adapte de forma singular para cada paciente.
Em casos mais graves a internação ou hospitalização podem ser uma forma de tratamento para se considerar, principalmente, em casos com possibilidade autolesão ou violência.
Por fim, procure ajuda psicológica especializada e melhore sua qualidade de vida.
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil.
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