O que saber sobre a psicoterapia infantil?
A infância é um período conturbado tanto para os pais como para as próprias crianças, pois é nesta fase que ocorrem as maiores mudanças. Essas mudanças podem ser físicas e comportamentais. Elas acompanharão a criança em todas as etapas de sua vida. É essencial um desenvolvimento saudável para conseguirmos adultos saudáveis.
Cada etapa de vida da criança requer cuidados específicos de acordo com a idade e com o sexo. Esse cuidado é essencial para que a criança se desenvolva com saúde e bem-estar e chegue na próxima fase de sua vida confiante.
Quando procurar ajuda?
Sendo uma fase de tantas mudanças, é normal algumas crianças precisarem de apoio, compreensão e atenção. Nesse momento, é necessário entender que procurar ajuda não é um sinal de fracasso dos pais, pelo contrário, significa que estão atentos às necessidades de seu filho.
A tarefa dos pais é dar apoio e atenção a esta etapa de vida. Procurar ajuda é um sinal de amor que trará benefícios tanto aos familiares, quanto, principalmente, à criança. Isso também, vai ajudá-la a entender questões que ainda estão confusas em seu mundo e compreender seu papel na família e na sociedade, desenvolver autoconfiança e autocontrole, enriquecendo suas relações interpessoais.
Perante essa metamorfose que acompanha a infância, a criança, ainda, tem que saber lidar com as expectativas dos pais, familiares e amigos. Diante de todos esses desafios, algumas crianças apresentam dificuldades em encontrar uma forma saudável de se comportar. Nesta hora muitos pais, também, se sentem perdidos ou confusos na orientação de seus filhos.
É neste momento que a psicoterapia infantil entra como auxílio, tanto para as crianças como para os pais. O terapeuta ajudará a criança a lidar melhor com seus sentimentos e emoções de uma forma mais saudável. Ademais, ele orientará aos pais a melhor forma de trabalhar com os problemas em cada fase do desenvolvimento infantil.
O psicólogo infantil tem experiência e conhecimento de todas as fases de que a criança se encontra e juntamente com recursos lúdicos consegue abordar o mundo infantil e auxiliar em conflitos que estão gerando dor e desconforto.
O que leva a criança a precisar de psicoterapia infantil?
São várias as questões que podem levar uma criança a precisar de psicoterapia. Os pais devem ficar atentos às mudanças de comportamento, tristezas e atitudes diferentes que a criança possa apresentar, com o objetivo de ajudá-la.
Pequenos sinais, como choro excessivo, isolamento ou agressividade, não devem ser ignorados, tanto no ambiente familiar como no ambiente escolar.
Para tanto, uma proximidade dos pais com a escola pode identificar possíveis alterações no comportamento da criança. Pois, não é só o bom rendimento escolar que deve ser analisado, mas também os bons relacionamentos do seu filho com outras crianças e outros adultos.
Entretanto, esses assuntos, muitas vezes, são complicados tanto para os pais quanto para as crianças. Neste momento, o psicólogo pode ser um bom aliado para ajudar a identificar e auxiliar conflitos, trabalhando os sentimentos e emoções e buscando alternativas melhores e mais saudáveis para eventos confusos do dia a dia. O psicólogo infantil geralmente tem uma visão ampla da família e muitas vezes o problema não é exclusivo da criança, mas de todo o ambiente familiar. A psicoterapia é o lugar ideal para lidar com medos e angústias. É um lugar livre de julgamentos e críticas, onde as pessoas buscam respostas.
Como funciona a psicoterapia infantil?
Quando falamos em psicoterapia infantil, referimos a um local agradável, onde a criança encontrará tranquilidade, com um profissional especializado, que de forma lúdica, o ajudará. Então, para alcançar esses objetivos, os psicoterapeutas precisam trabalhar com as crianças e os pais.
Portanto, as primeiras sessões deverão ser realizadas entre o terapeuta e os pais. Primeiramente, o terapeuta reunirá informações como: histórico familiar e médico, informações sobre o comportamento da criança, histórico escolar e outras questões que envolvam a demanda levada pelos pais ao procurarem psicoterapia. Essas informações ajudarão o psicólogo a analisar o caso.
A participação dos pais não se restringe às primeiras sessões, mas, se dá ao longo de todo o processo terapêutico. Sendo assim, a participação de todos os cuidadores da criança é fundamental para o sucesso terapêutico, pois a criança é um reflexo da dinâmica familiar.
Posteriormente, começam as sessões com a criança. Neste momento, o psicoterapeuta usará vários instrumentos para acessar o mundo dessa criança, já que ela não consegue verbalizar e racionalizar como um adulto.
O psicólogo levará em conta a idade e os interesses da criança para propor atividades que mais se encaixam no seu perfil, com o intuito de estabelecer uma relação de confiança para que ela se sinta confortável. Esses instrumentos são jogos, brinquedos, desenhos e brincadeiras, e é brincando que o terapeuta analisa e ajuda a criança com seus problemas.
Normalmente, as crianças precisam de pequenos estímulos para começar a expressar tudo aquilo que a está incomodando. Assim, o psicoterapeuta tem como analisar as emoções e brincando, também, mostra novas formas de comportamento para uma melhor adaptação ao meio. É através dessa interação lúdica que a criança passa a confiar no profissional e ter relações cada vez mais transparentes para o progresso terapêutico.
Por fim, a busca por ajuda é salutar e muito importante nessa etapa da vida, o que pode evitar problemas mais sérios no futuro.
Quais as principais demandas da psicoterapia infantil?
A psicoterapia infantil pode ser uma alternativa para superar questões de difícil manejo. Mas quais são essas questões? As demandas mais procuradas em psicoterapia infantil:
- separação dos pais;
- mudança de cidade;
- depressão infantil;
- comportamento agressivo em qualquer ambiente;
- dificuldades de interação com outras crianças ou isolamento;
- dificuldades escolares;
- ciúmes pela chegada de irmãos;
- perda de algum familiar;
- muita timidez;
- dificuldade em dividir;
- encaminhamento da escola.
Por: Dra. Andreia Goretti, psicóloga clínica.
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil.
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