Antes da separação
Muitas vezes, cansados de lutar pela relação conjugal na qual investimos tanto no passado, pensamos em separação.
O efeito de história das experiências negativas parece pesar e um dos cônjuges ou ambos deixam de enxergar solução para resgatar maior satisfação na relação.
Na matemática da racionalidade, alguns persistem na relação pelos filhos; pelo patrimônio adquirido; pelo status de casado. E também há quem mantenha a relação por auto-regras adquiridas no contexto familiar ou religioso.
Não faço juízo de valor quanto a essas variáveis de controle à manutenção do casamento, apenas lembro que elas existem.
Mas, há que se considerar a sustentabilidade da relação e essa parece estar ligada a algo particular de cada cônjuge.
Eu quero mesmo o divórcio?
Entretanto, um questionamento a se fazer é “Nesse momento da minha vida, desejo estar casado(a)?”.
“O que espero da relação?” e “Quais são os pontos de desgaste que envolvem comportamentos meus?” E o seu cônjuge demanda o quê de você?
Essas questões buscam, em suma, trazer maior clareza para você e para o seu cônjuge do que se quer nesse momento de vida.
Estar ou não estar casado, ter ou não ter foco naquilo que possa estar concorrendo com a relação.
Ou, ainda, se querem ou não enfrentar as diferenças evidenciadas ao longo do tempo em que estão juntos.
Olhem para a história que uniu o casal; olhem para os sonhos conquistados; para as viagens realizadas; para o crescimento que um teve ao lado do outro. Pois, isso pode estar ofuscado após tantas discussões, tantas brigas, tanto afastamento.
Assim sendo, aprenda você a recordar dos sentimentos por seu cônjuge no passado e tente tatear o que você sente hoje na relação.
O resgate da boa relação conjugal pode tomar tempo. Mas, ao menos a tentativa é condição para que, diante de uma inevitável separação, ambos tenham a consciência tranquila de que tentaram o que podiam para salvar a relação.
O risco dessa tentativa é a relação voltar aos trilhos, o que pode ser causa e consequência, ao mesmo tempo, da mudança de um e do outro.
Espero ter trazido uma reflexão a mais para o seu momento conjugal.
Por Fábio Caló, psicólogo.
Inpa – Instituto de Psicologia Aplicada, Asa Sul, Brasília – DF, Brasil
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